Einstein
A Teoria da Infidelidade
Einstein contou vida amorosa em cartas para a família
Arifa Akibar, do Independent
Publicado no Jornal O Globo do dia 11 de julho de 2006
Albert Einstein foi retratado como um paquerador que gostava de descrever seus casos extraconjugais para a segunda mulher e a enteada. Uma série de 1.300 cartas escritas pelo físico foram mostradas ontem pela primeira vez pela Universidade Hebraica de Jerusalém.
Numa carta à sofredora esposa, Elsa, Einstein fala sobre como algumas mulheres demonstram uma afeição indesejada. Em outra, pede à enteada, Margot, que entregue um bilhete à amante russa.
Ele tinha a reputação de ser um homem charmoso, que enfeitiçou Marilyn Monroe, e de ter tido dez relacionamentos extraconjugais. As cartas foram guardadas por Margot e liberadas duas décadas após a morte dela, segundo instruções deixadas.
Cartas anteriores revelaram como foi infeliz no casamento com Mileva Maric, de quem se divourciou em 1919 para se casar com a prima, Elsa. Nas cartas divulgadas agora, ele descreve seis mulheres com quem teve romances enquanto estava casado com Elsa. Algumas ele identifica pelo nome, como a "amante espiã russa" Margarita, enquanto outras aparecem apenas com as iniciais, como M e L.
À Elsa, ele escreve sobre M, que o acompanhou numa viagem ao exterior. "A Sra. M agiu de acordo com a melhor ética cristã-judaica: 1) alguém deve fazer o que gosta e que não prejudique ninguém; 2) não deve fazer o que aborreça os outros. Ela veio comigo e não contou a você. Não é irrepreensível?"
As cartas vão de 1912 a 1955, quando Einstein morreu aos 76 anos - quase duas décadas após Elsa. Elas mostram também como ele perdeu boa parte do dinheiro do Prêmio Nobel. De acordo com o divórcio, ele deveria ter depositado a soma num banco suiço, de onde Mileva retiraria dinheiro para ela e os dois filhos. Mas a correspondência mostra que ele perdeu a maior parte na crise da bolsa de 1929.
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