Achados e Perdidos

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Sonhadora


Reúno aqui, palavras, idéias e sentimentos. Se algum deles for seu e você não quiser que aqui estejam, me avise. Se algum deles for de alguém e estiver sem crédito, me conte. Espero que algum texto lhe toque assim como me tocou.


20 agosto 2008

Dorival Caymmi

30 de Abril de 1914 - 16 de agosto de 2008






15 agosto 2008

O que é feio e o que é bonito?

Gostaria que alguém pudesse me esclarecer o que é exatamente "feio" e "bonito". Porque o que eu vejo é uma menina linda com seus dentinhos tortos. E vejo também atitudes feias, terrivelmente feias, de adultos que escondem esta menina. Escondem, humilham e roubam seu talento.

O que tiro de tudo isso, é mais uma prova de como as crianças sofrem. Vítimas de carrascos em suas casas e nas escolas, no descaso e prepotências das autoridades, na vida. Vítimas sobretudo das pessoas que deveriam protegê-las.

Alguém consegue deixar de imaginar como esta criança se sentiu?

Ridículo o comportamento das autoridades e dirigentes. Mais do que ridículo, iqualificável e imperdoável.

Será mesmo que a pequena Peiyi está feliz em ter "participado" da cerimônia? Há outra opção para ela e seus pais além de dizer que concordam com tudo, compreendem a situação e estão orgulhosos?

E viva as Olímpiadas 2008! Uma festa muito, muito "bonita".



UMA CERIMÔNIA ‘MADE IN CHINA’

FARSA: Menina que cantou na abertura dos Jogos apenas dublou voz de outra criança







Detalhes revelados da cerimônia de abertura dos Jogos de Pequim mostram que no país onde o terceiro ponto turístico mais visitado (depois da Muralha da China e da Cidade Proibida) é o paraíso dos produtos falsificados (o Silk Street Pearl Market, um camelódromo gigante), nem tudo é o que parece. Já se sabe que a bela e afinada menina que cantou na festa, na verdade, não cantou, só dublou, e que as pegadas desenhadas com fogos de artifício, exibidas na TV e no telão do Ninho do Pássaro, não eram feitas pelos mesmos fogos que todo mundo viu.


Fogos filmados meses antes


A primeira fantasia a se rasgar foi a das pegadas desenhadas com fogos de artifício, que, na verdade, foram imagens filmadas antes e retocadas no computador.

— Os fogos fora do estádio eram reais, mas o que se via no telão foi filmado com meses de antecedência porque a gente temia, que, na hora, fosse difícil filmar o efeito usando helicópteros — disse um dos técnicos ao jornal “Beijing Times”.

Ontem, uma inconfidência do diretor musical da festa, Chen Qigang, revelou mais um capítulo do faz-de-conta chinês. Lin Miaoke, de 9 anos, que cantou “Ode à Pátria” na cerimônia do dia 8, estava sendo dublada por outra menina, que não seria “bonita o suficiente”.

— Depois de vários testes, nós decidimos colocar Lin Miaoke no palco e usar a voz de Yang Peiyi. A razão por trás disso é que precisamos pôr os interesses do país em primeiro lugar — declarou o diretor.

Yang Peiyi, de 7 anos, foi a vencedora de um concurso que escolheu a melhor cantora para a festa. Com uma voz perfeita, mas dentes desalinhados, ela foi vetada e acabou gravando para a modelo Miaoke, que faz comerciais para a televisão, dublar.

Ao jornal “China Daily”, Peiyi não se mostrou arrependida por ter emprestado seu talento à outra e confessou ter ficado feliz em “participar” da cerimônia:

— Fico orgulhosa de ao menos ter sido escolhida para cantar.

Antes desta descoberta, o escultor e coreógrafo italiano Enzo Carnebianca havia acusado, em carta ao Comitê Olímpico da China, o coreógrafo chinês Shen Wei de ter plagiado uma de suas obras na coreografia da festa de abertura.

Outra farsa dessas Olimpíadas pode ser vista nas arquibancadas de algumas provas. Ontem, integrantes da organização do Jogos revelaram que “torcidas” estão sendo formadas por voluntários, convocados a ocupar lugares vazios nos estádios e torcer pelos atletas, e não só para os chineses. Segundo os organizadores, torcedores de verdade estão deixando de lado as fases iniciais de algumas competições para se concentrar nas etapas finais. Eles também culpam o mau tempo pelos lugares vazios.

Publicado no Jornal O Globo em 13 de agosto de 2008.