Achados e Perdidos

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Sonhadora


Reúno aqui, palavras, idéias e sentimentos. Se algum deles for seu e você não quiser que aqui estejam, me avise. Se algum deles for de alguém e estiver sem crédito, me conte. Espero que algum texto lhe toque assim como me tocou.


23 junho 2008

Pedrinho

A morte de um menino de 5 anos lembra o caso Isabella
A morte de um menino de 5 anos choca o interior de São Paulo e chama a atenção pelas semelhanças com o caso Isabella Nardoni. Para a polícia, a mãe e o padrasto do garoto são os principais suspeitos. Mas os dois negam tudo.



A morte de um menino de 5 anos choca o interior de São Paulo e chama a atenção pelas semelhanças com o caso Isabella Nardoni. Para a polícia, a mãe e o padrasto do garoto são os principais suspeitos. Mas os dois negam tudo. A reportagem é de Valmir Salaro.

Uma música foi escolhida pelo pai para homenagear a memória de Pedrinho. Pedro Henrique Marques morreu na manhã de 12 de junho, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Para a polícia, foi um crime e a mãe e o padrasto do menino, de 5 anos, estão envolvidos.

Testemunhas dizem: o casal tinha um relacionamento bastante tumultuado.

“Ele implicava com o menino, com o jeito que ela educava a criança. Ele tinha muito ciúme do menino com ela”, conta uma testemunha.

Vítimas da mesma idade e suspeitos que negam tudo. As semelhanças com o caso Isabella Nardoni intrigam os policiais.

“Todo mundo muito comovido com Nardoni, então, tudo pode ser meio perigoso. Vamos apurar, vamos ver e aí eu comecei as investigações”, afirmou a delegada Maria Beatriz de Campos.

Pedro Henrique, o Pedrinho, morava em um condomínio com a mãe, Kátia Marques, de 27 anos, e o padrasto, Juliano Gunello, de 37. Em depoimento, os dois disseram que o menino poderia ter bebido um produto tóxico, usado para tirar manchas.

“A criança, poucos minutos depois começa a passar mal, começa a amolecer, eles a deitam, dizem que começa a se debater”, questiona a delegada.

Vizinhos relatam ter ouvido uma briga, pouco antes da morte do menino. Os ruídos sugeriam uma agressão.

“Ele falava muito alto, ela também. Até que chegou uma hora em que ela gritou: ‘Pára, pára, chega’. Eu ouvi três barulhos, como se fossem três socos”, lembra uma vizinha.

Diante da suspeita de um crime, o corpo foi exumado poucas horas depois do enterro. Em uma análise preliminar, os peritos não encontraram substância tóxica e constataram que o menino apresentava vários hematomas pelo corpo e duas fraturas no pulso direito.

Segundo os legistas, a causa da morte foi embolia gordurosa pulmonar.

“Essa fratura desencadeou um fluxo de células gordurosas que caíram na corrente sanguínea, que por sua vez foram bombeadas para o pulmão, causando obstrução de artérias, levando a óbito”, declarou José Eduardo Velludo, diretor do Centro Médico Legal de Ribeirão Preto.

Em uma análise mais recente, outra descoberta.

“Esse garoto tinha mais duas fraturas, a nível de costelas. Esse ferimento na costela pode ter acontecido de um mês para menos”, diz o médico legista João Arnaldo Damião Melki.

Os pais de Pedro Henrique são Kátia Marques e o policial militar Odair Rodrigues. Eles se separaram e, há cerca de um ano, Kátia e o menino passaram a morar com Juliano, que é representante de laboratório. Ele tem uma filha, também de 5 anos.

A menina costumava ficar com Juliano, Kátia e Pedro Henrique nos fins de semana.

“A menina tinha um quarto de princesa. O menino, o quarto dele era no escritório, que é um cubículo que mal cabe uma cama”, conta uma mulher.

Pedro Henrique vivia sozinho, triste, praticamente abandonado pelos corredores do condomínio. Só podia voltar para casa à noite. Segundo os moradores, com muita freqüência, ele apresentava hematomas no corpo e ferimentos no rosto.

“Ele falava que tinha caído da cama, ou então que tinha machucado na escola”, diz mais uma vizinha.

“Uma vez eu ouvi, até eu escutei os tapas e a criança chorando, baixinho”, conta outra.

“Eu sou mãe também, então eu sinto por isso, porque ele era uma criança boazinha, não era uma criança teimosa”, diz outra mulher.

Os vizinhos contam que chamaram a polícia várias vezes e que denunciaram o caso ao conselho tutelar, mas nada foi feito. O pai de Pedrinho diz que chegou a ver os machucados. O menino ficava com ele a cada 15 dias, na cidade de Araraquara, a cerca de 100 quilômetros de Ribeirão Preto.

“Ele contava que estava no skate, meus coleguinhas me empurraram e eu bati a cara no portão”, disse o pai de Pedro, Odair Donizete Rodrigues.

Para a polícia, há indícios de que Pedro Henrique sofria agressões constantes dentro de casa. A delegada pediu a prisão temporária da mãe e do padrasto, na tentativa de esclarecer as circunstancias da morte do menino. A Justiça negou o pedido, alegando que ainda não há provas suficientes de que o casal tenha matado Pedro Henrique.

A mãe e o padrasto do menino deixaram o condomínio e não quiseram falar ao Fantástico sobre as acusações. O advogado do casal diz que as denúncias não passam de intriga e que Pedro Henrique nunca foi vítima de agressões ou negligência.

“Ele chegou a apresentar hematomas espontâneos, que segundo o pediatra seria de origem emocional. A mãe chegou a levar até o médico, porque realmente apareciam alguns hematomas que não tinham a menor justificativa. Agora daí tirar a ilação de que houve maus tratos, acho que estão partindo para o campo da imaginação”, declarou o advogado Luiz Carlos Bento.

Hoje, dez dias depois da morte, o corpo continua no Centro Médico Legal de Ribeirão Preto, para a conclusão dos laudos. Os legistas têm uma missão: revelar exatamente o que vinha acontecendo com o menino e se houve um assassinato.

“Ele era o meu professor e me deu muita coisa, foi pouco tempo, mas foi bem válido”, alega o pai de Pedro.


Um esclarecimento: no vídeo desta reportagem um dos entrevistados foi identificado erradamente. Luiz Carlos Bento é advogado da mãe e do padrasto do menino e não pai do menino, como aparece na legenda do vídeo.

Matéria apresentada no Fantástico (http://fantastico.globo.com/) em 22 de junho de 2008.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM845149-7823-O+MISTERIO+DA+MORTE+DE+PEDRINHO,00.html

19 junho 2008

Isabella

Fratura em punho de Isabella é comum em movimentos de defesa, diz IML
Fabiana Parajara, O Globo Online

SÃO PAULO - Terminou o segundo depoimento de testemunhas de acusação contra o casal Nardoni. Ao contrário da ordem prevista inicialmente, o segundo a ser ouvido foi um dos diretores do Instituto de Criminalística (IC), José Antônio de Moraes. Ele falou por 11 minutos apenas e respondeu questões referentes ao método de trabalho, os equipamentos usados (que seriam de última geração) e também sobre os produtos usados nas análises, como luzes e reagentes.

Questionado pelo promotor Francisco Cembranelli, ele ainda afirmou que o trabalho recebeu elogios verbais dos superiores. A defesa do casal Nardoni fez apenas uma pergunta: quis saber se o Instituto tem um setor específico para acompanhamentos de laudos rejeitados. Moraes afirmou que não tinha conhecimento sobre um trabalho desse tipo.

O depoimento da terceira testemunha de acusação, o legista Paulo Sérgio Tieppo Alves, do Instituto Médico Legal (IML)começou às 16h27m. Alves afirmou que a fratura constatada no punho de Isabella Nardoni é mais comum em movimentos de defesa da criança. O ferimento, segundo ele, não condiz com a queda do sexto andar.

Depois de explicar sobre o método de trabalho no IML, o legista contou que teve um primeiro contato com o corpo da criança por volta das 5h15m de 30 de março. Ele afirmou que foi verificar se o corpo tinha ferimentos com sangramento, à pedido de um investigador de polícia.

Ele disse que o exame propriamente dito só começou às 9h da manhã e que ao meio dia ele e outro legista foram ao local do crime porque perceberam que as lesões de Isabella não eram características da queda, como asfixia e poucos ferimentos externos. Ele disse que a questão foi discutida com outros legistas do Instituto e confirmadas por exames radiológicos.

Segundo ele, o laudo sobre a morte da criança foi feito com base na experiência dos legistas, consultas a outros especialistas e na literatura médico legal. Contestando informações dos peritos contratados pela defesa do casal, Alves afirmou que não existem duas mortes, mas causas que contribuem para a morte. Ele ainda informou que foram encontradas secreções de vômito nas narinas internas de Isabella, nas vestes e no exame microscópicos dos pulmões.

No intervalo entre os depoimentos, Anna Carolina e Alexandre chegaram a conversar. Eles acompanham os depoimentos com a cabeça levantada.


Publicado no
Globo Online em 17 de junho de 2008 às 17h59m

Isabella

Testemunhas de defesa de casal Nardoni serão ouvidas nos dias 2 e 3 de julho
Fabiana Parajara, O Globo Online, Diário de S.Paulo


SÃO PAULO -O juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri, marcou para os dias 2 e 3 de julho os depoimentos das testemunhas de defesa do pai e da madrasta de Isabella, Alexandre Nardoni, 29 anos, e Anna Carolina Jatobá, 24. Prestarão depoimento 32 pessoas, que se dividirão nos dois dias. Outras três poderão ser convocadas pelo juiz.

As 16 testemunhas de acusação prestaram depoimento nesta terça e quarta-feira. Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella disse à Justiça que a própria família de Alexandre Nardoni se mostrava temerosa em relação ao comportamento de Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina. Ela contou que a tia da menina, Cristiane, por várias vezes, dormiu no apartamento do casal com a criança. Segundo ela, havia receio das crises de ciúmes da madrasta. A mãe de Isabella quis falar na presença do casal, que ficou sentado a poucos metros dela, algemado.

Nove pessoas foram ouvidas quarta. Por duas vezes, os advogados de Alexandre e Anna Carolina fizeram perguntas sobre a presença do tenente Fernando Neves, um dos primeiros a chegar ao local do crime. O tenente Neves se matou em maio, logo após ser acusado de participar de uma rede de pedofilia em São Paulo.

De acordo com o Tribunal de Justiça, pela manhã, na carceragem, o casal trocou poucas palavras. Permaneceu em silêncio a maior parte do tempo nas celas separadas, que ficam uma em frente à outra. No dia anterior, os dois chegaram a conversar e até deram risadas, segundo pessoas que presenciaram os depoimentos.

Durante o depoimento nesta quarta-feira, a defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá tentou levantar suspeitas sobre a própria mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira. Os advogados perguntaram se ela havia trocado de roupa ao sair do hospital para a delegacia, após a morte da filha, e se ela conhecida alguém que trabalhasse no 9º Distrito Policial, responsável pela investigação do crime.

A avó de Isabella também depôs. Rosa Maria Oliveira, disse que incentivou o rompimento da filha com Alexandre Nardoni e disse que a madrasta odiava a sua filha. Segundo ela, além de suspeitar que Alexandre estava saindo com outra pessoa, Ana Carolina descobriu que o rapaz tinha 75 cheques devolvidos. Ana Carolina teria levantado a informação quando começou a trabalhar em uma empresa de segurança. O rompimento do casal aconteceu quando Isabella tinha apenas 11 meses. Segundo Rosa Maria, Isabella não contava o que acontecia na casa do pai aos fins de semana.

Durante o depoimento de Rosa, Alexandre levou várias vezes as mãos à cabeça e a balançou negativamente.

O síndico do Edifício London, Antônio Lúcio Teixeira, trouxe uma nova informação ao caso. Segundo ele, o irmão de Isabella, Pietro, de 3 anos, teria negado a presença de um ladrão no apartamento da família na noite do crime . A presença de uma outra pessoa no apartamento é o principal argumento da defesa para inocentar o pai e a madrasta, acusados pela morte da menina.

Teixeira contou que foi procurado por um outro morador do prédio, chamado Jéferson, que ficou alguns minutos com Pietro na portaria do edifício na noite do crime.

Jéferson não foi chamado pela polícia para depor e teria pedido a Teixeira que contasse ao juiz a conversa que teve com o menino - o promotor Francisco Cembranelli disse que Jéferson ainda poderá ser chamado pelo juiz para prestar depoimento.

O morador teria perguntado à criança se um ladrão havia entrado no apartamento dele e o que teria feito a irmã, Isabella. Segundo Jéferson, Pietro respondeu a primeira pergunta dizendo "não" e apenas soluçou quando questionado sobre a irmã.

Nesse momento, Anna Carolina Jatobá teria se aproximado do rosto do marido e dito: "Quero que Pietro seja escutado"

Das testemunhas que prestaram depoimento nesta quarta, oito foram listadas pelo promotor Francisco Cembranelli e duas foram convocadas diretamente pelo juiz - o pai de Ana Carolina Oliveira, que acabou não sendo ouvido, e um taxista que teve o nome mantido em sigilo. O taxista disse ao juiz que teve contato com Anna Carolina Jatobá, que durante a corrida acabou se desafando sobre o relacionamento com a menina Isabella.

- Esse taxista é um bom fisionomista, tanto que se lembrou de um funcionário do fórum que ele havia visto há 10 anos, quando estava envolvido em uma ação familiar - disse Cembranelli.


Publicada no Globo Online em 19 de junho de 2008, às 00h05m

Isabella

Uma testemunha que não estava programada para depor nesta terça-feira no caso Isabella apareceu na audiência, na 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana (zona norte de São Paulo), e foi ouvida pelo juiz Maurício Fossen. Ela pediu que o casal Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, fosse retirado da sala. O pedido foi acatado pelo juiz.

Ex-vizinha dos pais de Alexandre, Benícia Maria Bronnzati Fernandes, seria ouvida em Franca (interior de SP), onde mora, na próxima quarta-feira (25), mas resolveu se apresentar para depor. Mesmo com as objeções dos advogados do casal, o juiz autorizou que passasse à frente na seqüência de depoimentos.

Benícia não foi convocada para fazer parte do rol de testemunhas e resolveu se oferecer para dizer o que sabia para a Promotoria, que a colocou na lista. A ex-vizinha da família Nardoni chamou Anna Carolina de "maluca".

Quando era vizinha dos pais de Alexandre, na rua Marinheiro, Benícia presenciou brigas entre o casal. Ela relatou ao juiz que presenciou, há ao menos quatro anos, uma discussão entre os dois em que Anna Carolina atirou uma chave de fenda contra Alexandre, que desviou e não foi atingido. O acesso de raiva da madrasta foi provocado por um telefonema de Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, ao celular de Alexandre.

Benícia lembrou de um episódio que ela já havia relatado à polícia, quando viu Anna Carolina disputar o colo de Alexandre com Isabella. A ex-vizinha relatou ao juiz que a madrasta sempre disputava espaço com a menina, que ficava triste com essas situações.

Também estiveram no fórum, por volta das 19h, o pai de Anna Carolina, Alexandre Jatobá, que disse querer dar um beijo em sua filha. Antônio Nardoni, pai de Alexandre, também foi ao fórum, mas não acompanha o depoimento.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u413371.shtml

Isabella



17/06/2008 - 22h08
Delegada afirma que atrasou boletim por natureza inédita do caso Isabella


PAULO TOLEDO PIZA

Colaboração para a Folha Online


Em depoimento no Fórum de Santana --zona norte de São Paulo-- Renata Pontes, delegada responsável pelo inquérito policial do caso
Isabella, afirmou que não registrou boletim de ocorrência na mesma noite da morte da menina, em 29 de março deste ano, pois nunca viu um crime patrimonial --relativo a roubo ou furto-- em que o criminoso jogasse a vítima pela janela.

A delegada é a quinta testemunha a prestar depoimento ao juiz Maurício Fossen, nesta terça-feira, na 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana


Pontes, delegada do 9º Distrito Policial, não registrou o boletim na noite do crime, mas apenas 18 horas depois. Ela afirmou no depoimento que teve o 'cuidado' de demorar para registrar a ocorrência pois acreditava que os suspeitos poderiam ter vínculo com a vítima.

Segundo a assessoria de imprensa do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo, ao término do depoimento de Pontes o casal Alexandre Nardoni, 29, e Anna Carolina Jatobá, 24, estava tranqüilo, 'conversando' e 'sorrindo'.

Ambos não acompanharam os três últimos depoimentos previstos para essa noite: Alexandre de Lucca, subsíndico do prédio onde o casal morou antes de se mudar para o edifício London, Paulo César Colombo, morador do referido prédio, e uma pessoa cujo nome é mantido em sigilo como medida de segurança.

Contradições

Segundo a delegada, quando chegou ao local do crime, Alexandre perguntou a ela se já haviam encontrado o ladrão, e em seguida levantou suspeita em relação ao porteiro do prédio.

Pontes declarou que após conversar com um dos vizinhos do apartamento do casal no edifício London, notou uma contradição na versão do pai de Isabella, pois o vizinho afirmou ter ouvido uma criança gritar: 'pára, pai, pára'.

O fato de Alexandre querer apontar o porteiro como suspeito, a contradição entre as versões dele e do vizinho, aliados à tela de proteção da janela rasgada --o que, para a delegada, seria impossível ter sido feito por uma criança-- deram à Pontes a 'noção' de que o crime não havia acontecido como o pai de Isabella havia descrito, segundo depoimento da própria delegada.

'É difícil entender como um ladrão mata uma criança, mas também é difícil entender como um pai mata a própria filha', afirmou Pontes, segundo a assessoria de imprensa do TJ.


Maus tratos

A delegada negou que os réus teriam sido maltratados na delegacia, e disse que não sofreu pressão de seus superiores para chegar a um desfecho rápido do caso. Afirmou ainda que não acompanhou o caso pela imprensa.

O depoimento de Renata Pontes terminou às 20h38.

Após a realização do depoimento não previsto de Benícia Maria Bronnzati Fernandes no fórum de Santana nesta terça-feira --ela só seria ouvida na cidade de Franca, (interior de SP), onde mora, na próxima quarta-feira (25)-- Karen Rodrigues da Silva, outra testemunha da promotoria, foi dispensada de prestar depoimento.

Benícia afirmou que veio de Franca para depor a pedido do promotor, que a convenceu que seu testemunho seria mais relevante se dado neste momento do processo e na presença do júri da capital.

Após o depoimento da delegada Renata Pontes, houve um intervalo na audiência.

Legista

O médico legista Paulo Sérgio Tieppo Alves voltou a afirmar, em seu depoimento ao juiz, que o corpo da menina tinha sinais de asfixia e poucas lesões externas, sendo que a que mais chamou sua atenção foi uma fratura no punho.

O médico disse em seu depoimento acreditar que o ferimento no punho foi causado por um movimento de defesa da criança, e que havia secreções de vômito nas narinas, no pulmão e nas roupas de Isabella.

Questionado pelo promotor sobre as causas da morte --se seria por asfixia ou em virtude da queda do sexto andar do edifício--, disse que pode haver 'mais de uma causa'.

Ele e outros dois legistas rejeitaram a possibilidade de que a asfixia teria sido causada pela queda da menina, segundo o depoimento do médico, que acrescentou ser possível que Isabella tenha sido esganada e mesmo assim não ter lesões internas e externas visíveis, mesmo que isso seja pouco comum.

Tieppo disse ainda que quando o resgate chegou na noite do crime --em 29 de março-- Isabella já estava morta por parada cardio-respiratória, e que a equipe médica que a socorreu não causou nenhuma lesão na menina.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u413429.shtml

Isabella

"Ao ser questionado pela defesa sobre a cor da roupa da vítima, Teixeira ficou emocionado e chorou. O juiz decidiu encerrar o depoimento."

"O síndico aproveitou o depoimento para retificar uma informação que, segundo ele, havia sido divulgada erroneamente por alguns veículos de comunicação, de que as cercas do prédio eram eletrificadas e que estariam desligadas no dia do crime. Ele informou ao juiz que, na verdade, o dispositivo funciona com um alarme, que alerta a portaria do prédio."


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u413828.shtml

Isabella

18/06/2008 - 23h17
Terminam depoimentos de testemunhas de acusação do caso Isabella

PAULO TOLEDO PIZA

Colaboração para a Folha Online


Os depoimentos das testemunhas de acusação do caso Isabella terminaram por volta das 22h40 desta quarta-feira. Nove das dez pessoas agendadas foram ouvidas pelo juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana (zona norte de São Paulo). Uma testemunha, o avô da menina, José Arcanjo de Oliveira, foi dispensado porque sua mulher, Rosa Maria Cunha de Oliveira, prestou depoimento antes com as mesmas informações que seriam passadas por ele.


A última testemunha a depor não teve o acompanhamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá e nem mesmo dos assessores do TJ (Tribunal de Justiça). O conteúdo não foi revelado.

Uma das últimas a prestar depoimento foi Luciana Ferrari, moradora do quarto andar do prédio ao lado do edifício London, onde mora o casal Nardoni. Ela afirmou que ouvia choros constantes de criança vindos do prédio vizinho. Na noite do crime ela ouviu diversos palavrões vindos do edifício London. Em seguida escutou pessoas gritando "jogaram a Isabella". Pouco depois, de sua janela, Luciana viu uma mulher caminhando no térreo com uma criança no colo e dizendo palavrões em um celular.


Ela afirmou que a voz ouvida no apartamento vizinho e no térreo eram a mesma. "Era a mesma voz, o mesmo tom e os mesmos palavrões", disse a vizinha.

Ela e o marido, Waldir Rodrigues de Souza, ligaram para o resgate e em seguida foram ao prédio vizinho. No gramado do edifício London encontraram Isabella caída e pálida. Quando seu marido foi verificar a pulsação da menina o casal foi surpreendido por Alexandre, que dizia que havia "trombado" com o ladrão vestido com uma camiseta preta e armado. Enquanto isso Anna Carolina gritava palavrões e dizia que não queria morar naquele prédio.


Para Luciana, Alexandre não dava atenção à sua filha, apenas enfatizava a presença do ladrão no seu apartamento.

Uma hora antes do depoimento de Luciana, Geralda Afonso Fernandes, moradora de uma casa em frente ao prédio, também foi ouvida pela Justiça. Ela afirmou que na noite do crime foi acordada por gritos de criança. "Uma criança "valente' que gritava "papai, papai'".

Ela contou que se sentiu incomodada. Cinco minutos depois de ouvir os gritos, ouviu novamente dois gritos de "papai, papai", dessa vez abafados. Depois, ouviu uma mulher falando palavrões. Depois de ao menos 15 minutos ouviu várias pessoas pedindo para polícia e bombeiros serem chamados, pois havia um ladrão no local.

O marido de Luciana prestou depoimento logo depois dela. Ele repetiu todas as informações passadas pela mulher.


Na seqüência, o policial militar Robson Castro Santos foi ouvido pelo juiz. Ele da vistoria feita no prédio após o crime. A inspeção começou na garagem e depois foi para os apartamentos. Imóveis com moradores também fora vistoriados. Aqueles que estavam vazios e com chave na portaria também passaram pela vistoria.

Segundo o policial a operação envolveu 20 a 30 policiais. Ele entrou no apartamento dos Nardoni com mais sete policiais. Santos afirmou que viu pingos de sangue na sala e no quarto de onde Isabella foi jogada.

Também prestaram depoimento o síndico Antonio Lucio Teixeira, a mãe de Isabella, Ana Carolina de Oliveira, a avó materna, Rosa Maria, e o porteiro do prédio.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u413835.shtml

17 junho 2008

Isabella


17/06/2008 - 17h16
Perita diz que morte de Isabella foi caso de 'homicídio'

São Paulo - A perita Rosângela Monteiro, do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo, afirmou hoje, em depoimento à Justiça, em São Paulo, que a morte da menina Isabella Nardoni foi um caso de "homicídio". "Pelas circunstâncias, histórico e perfil de Isabella, constatamos que não foi acidente nem suicídio. Foi homicídio", afirmou. A declaração de Rosângela foi em resposta à defesa do consultor jurídico Alexandre Nardoni e da mulher dele, Anna Carolina Trotta Peixoto Jatobá, pai e madrasta da menina, acusados de homicídio triplamente qualificado, que quis saber sobre a possibilidade de ela ter caído da janela por acidente.

A perita respondeu ser procedimento padrão da polícia, nestes casos, investigar se foi homicídio, suicídio ou acidente, e reafirmou a tese de assassinato. No depoimento, Rosângela afirmou que havia sangue de Isabella no carro da família Nardoni. De acordo com a perita, era uma "mistura de doadores" (de material biológico) na cadeira para bebê, mas, mesmo assim, ela se disse "convicta" de que o sangue era da menina, que morreu em 29 de março, após ser jogada pela janela do apartamento de Alexandre Nardoni.

"Eu sei que é sangue humano e é sangue de Isabella", afirmou Rosângela, em depoimento ao juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri, do Fórum de Santana, na zona norte da capital paulista. Depois de Rosângela, começou a depor o perito Paulo Sérgio Tieppo Alves, do Instituto Médico Legal (IML). Ainda devem ser ouvidas hoje outras seis testemunhas de acusação no caso Isabella. Alexandre e Anna Carolina acompanham os depoimentos.


Carolina Freitas


Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/agencia/2008/06/17/ult4469u27069.jhtm

03 junho 2008

Campanha 'Direito de Ler', da União Mundial de Cegos


Lançada a Campanha 'Direito de Ler', da União Mundial de Cegos Tradução: Romeu Kazumi Sassaki

Pessoas cegas ou com baixa visão apreciam ler livros, exatamente como as pessoas que enxergam. Entretanto, apenas 5% dos livros, no mundo, são publicados em formatos que pessoas cegas ou com baixa visão possam ler. Alguns dos formatos são o áudio, o braile e os caracteres ampliados.

Hoje, 23 de abril de 2008, foi lançada em Amsterdã a Campanha 'Direito de Ler', da União Mundial de Cegos (World Blind Union), que defenderá mundialmente os livros acessíveis. O lançamento foi organizado em estreita colaboração com o Secretariado da 2008 Capital Mundial do Livro (CML), de Amsterdã, que celebra a leitura deste ano com o tema 'Livro Aberto'.

A sra. Judith Belinfante, presidente da 2008 CML, participou da entrevista de imprensa organizada pela Campanha 'Direito de Ler', durante a qual o sr. Mauro Rossi, chefe de delegação da Unesco para o lançamento da Campanha, disse:

"Por demasiado longo tempo, o livro esteve fechado para as pessoas cegas. A Campanha 'Direito de Ler' visa abri-lo".

Bente Dahl Rathje, presidente da Seção de Bibliotecas para Cegos, da Federação Internacional das Associações de Bibliotecas, acrescentou: "As bibliotecas existem para servir TODAS as pessoas do público. Contudo, nós precisamos que mais livros sejam publicados em braile, áudio e caracteres ampliados a fim de cumprirmos plenamente a nossa missão".

Anne Bergman, diretora da Federação dos Editores Europeus, que participou do lançamento da Campanha, enfatizou o desejo dos editores de trabalharem junto às pessoas cegas com o fim de publicar mais livros que elas possam ler.

A Aliança Internacional do Direito de Ler é uma parceria entre a União Mundial de Cegos e a Seção de Bibliotecas para Cegos, da Federação Internacional de Associações de Bibliotecas, e irá atuar com editores, livreiros, bibliotecas e muitos outros para criar um mundo onde as pessoas cegas possam ler o mesmo livro, ao mesmo tempo e pelo mesmo preço que pagam as pessoas que enxergam.

Trabalhando com suas 160 organizações-membros nacionais, a União Mundial de Cegos estabelecerá Alianças Nacionais do Direito de Ler, reunindo financiadores, bibliotecários e equipes de apoio aos universitários com deficiência, ministérios da educação, suas secretarias de educação especial e outros provedores de serviços que tenham interesse em promover o acesso de pessoas cegas aos livros.

A Campanha terá quatro objetivos principais, a saber:

1. Trabalhar proativamente junto aos editores para ajudá-los a publicarem muito mais livros acessíveis.

2. Formar Alianças Nacionais do Direito de Ler para dar visibilidade ao segmento das pessoas cegas.

3. Fazer lobby (nos 120 países que hoje não possuem legislação de direitos autorais sobre exceções) junto aos governos para aprovarem direitos autorais de exceção para as pessoas cegas. Tal legislação facilitaria a produção de formatos acessíveis, como áudio, braile e caracteres ampliados, sem a necessidade de pagar direitos autorais novamente.

4. Testar em situações reais (nos 60 países que já possuem legislação de direitos autorais sobre exceções para pessoas cegas) a exportação e a importação de formatos acessíveis criados sob estas exceções a fim de validar a compatibilidade das exceções de diferentes jurisdições legais. As evidências que forem produzidas nestes testes de campo serão apresentadas aos editores e ao Comitê de Direitos Autorais e Direitos Relacionados, da Organização Mundial de Propriedade Intelectual.

Durante o lançamento, a União Mundial de Cegos fez uma demonstração do primeiro livro totalmente acessível do mundo, "A Cegueira e o Visionário", de Sir John Coles. Esta biografia de Sir John Wilson, fundador da Sightsavers International (http://www.sightsavers.org
), foi publicada em 2006 pela editora Giles de la Mare (http://www.gilesdelamare.co.uk/). Dentro de cada exemplar, há um CD de primeira qualidade contendo o áudio do livro e formatos especiais para imprimir o livro em braile e em caracteres ampliados. Em reconhecimento ao primeiro livro 'mesmo dia/mesmo preço', a União Mundial de Cegos saudou a Giles de la Maré como um 'Editor Pioneiro' e lhe agradeceu a oferta de apoio à Campanha 'Direito de Ler'.

Mais tarde, na recepção social do lançamento da Campanha, o sr. William Rowland ofereceu um exemplar do livro para Sua Alteza Real, a Princesa Laurentien, da Holanda, Patrona da 2008 CML, e um exemplar para o Prefeito de Amsterdã, sr. Job Cohen, cuja esposa é cega.

Para maiores informações, entrem em contato com:

Christopher Friend, Chair, WBU Copyright and Right to Read Working Group
E-mail: cfriend@sightsavers.org
Telefone : +44 1444 446663
Celular : +44 7919 552 170

Fonte:http://www.bengalalegal.com/camp-livro-aces.php